“O que você foi fazer lá? Ver coelho? Trouxe um ovo de
presente?”
Sim, estas são as piadinhas que mais ouço quando conto sobre
minha breve aventura na Ilha de Páscoa.
Ahu Akivi |
Hoje pertencente ao Chile, esta Ilha faz parte da Polinésia
Oriental e se encontra cravada no meio do Oceano Pacífico. Apesar de ser parte
do território chileno, uma vez lá, você vai perceber que nada de chileno ela
tem, pois a cultura polinésia é dominante na ilha.
Porque o nome Ilha de Páscoa? Apesar de ter sido povoada
pelos polinésios, ela foi descoberta pelos ocidentais num domingo de Páscoa
(ahhhh... então é isso??) e é conhecida no resto do mundo pela sua designação
em inglês: Easter Island, ou até mesmo em espanhol, como Isla de Pascua.
Contudo, seus habitantes a chamam de Rapa Nui, que significa "Ilha Grande" ou Mata Ki Te Rangi, cuja tradução é "Olhos
Fixos No Céu", ambos na língua Rapa Nui.
A Ilha de Páscoa, de formação vulcânica e formato triangular,
além de ter sido declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é o ponto mais
distante de qualquer outro ponto do Mundo (ufa, cansa só de escrever!), localizando-se a 4.100 km do Taiti e
a 3.700 km da costa da América do Sul. Por causa disso é carinhosamente chamada
de Te Pito o Te Henua, cujo significado é "Umbigo do Mundo".
Acho que é um dos lugares do Mundo que mais é circundado de
mistérios, talvez devido exatamente a esta distância. Existem muitas teorias de como os
Moais (aquelas estátuas cabeçudas, sobre as quais falarei depois) foram parar
lá. Além de tudo é um grande campo de concentração magnética, gerando mais outras
tantas teorias extraterrestres.
Seja pelo visual, seja pela prática de esportes-aventura, seja
pela curiosidade sobre os mistérios do Mundo, seja pela energia que ela atrai,
é um lugar que vale muito a pena conhecer.
Ok, mas se é o lugar mais distante de todos os demais pontos
do Mundo, como eu faço para chegar lá?
É possível ir de barco, a partir da cidade de Valparaíso
(Chile), porém, é uma viagem de aproximadamente oito dias e há apenas duas
saídas anuais. Logo, se sua pretensão é essa, tenha muitos dias reservados para
isso.
O usual é ir de avião. Partindo do Brasil, é possível ir
pela Tam (que incorporou a Lan), com escala em Lima ou Santiago (eu fiz a
escala em Lima), neste caso, entre sair do país e chegar lá com a escala, a
viagem costuma demorar umas 13hs (sim, é super cansativo, mas compensa no final).
Há também uma opção de pegar um voo para a Polinésia com escala na Ilha.
Indo de avião, você chega lá no aeroporto de Mataveri
(financiado pela NASA). Trata-se de uma Ilha, lembrem-se, portanto, não se
assustem ao ver a pequenez deste aeroporto. Além disso, há uma fila única para
passar na imigração. E todo mundo que estava no avião com você vai passar por
ela. Então, tenha paciência.
Chegando no aeroporto e indo embora |
No próprio aeroporto você pode pagar o seu ingresso à Ilha
que atualmente está 60 dólares para estrangeiros. Se optar por deixá-lo para
fazer mais tarde, a entrada ainda poderá ser paga nos setores de Orongo ou em
Rano Raraku (informação obtida do Portal Chileno do Turismo: http://chile.travel/pt-br/aonde-ir/ilhas/ilha-de-pascoa).
Pois bem. Agora que já sabemos como chegar na Ilha, qual é a
melhor época para ir visitá-la?
A Ilha tem um clima agradável o ano todo (não faz muito
frio), sendo que o verão coincide com o mesmo período que o nosso (de dezembro
a março), quando faz mais calor (leia-se: calor insuportável de quente, além de
úmido). Os meses mais chuvosos vão de abril a julho (maio, por excelência),
apesar de pancadas de chuva poder ocorrer durante todo o ano. De janeiro a
fevereiro ocorre a alta temporada, devido ao Festival Tapati Rapa Nui (que é
uma celebração da cultura Rapa Nui).
#Dica da Fefa: Sou obrigada a dizer, sem querer cortar o
barato de ninguém (até porque eu acredito que viagens sejam investimentos com
retornos incríveis), por se tratar de uma Ilha, o custo total desta viagem é
bem salgado. A comida é cara, a hospedagem também é mais cara que o que
normalmente vemos, além das próprias passagens. No hotel em que fiquei
hospedada, tive que pagar o ar condicionado à parte (com o calor que fazia eu
dava meus dois braços pra ter o ar condicionado). Então, procure levar um pouco
mais de dinheiro que você costuma levar. Outra coisa, no final de abril e
início de maio 2012, quando fui, haviam estabelecimentos que aceitavam cartões,
mas eram minoria. Leve dinheiro em espécie (dólar, euro ou peso chileno).
Quanto à hospedagem, existem diversas opções. Há campings
(nos quais você pode levar sua própria barraca, ou alugar uma barraca pagando
um valor há mais), hostels, pousadas, hotéis de diversas categorias, vale a
pena dar uma boa pesquisada sobre qual é a melhor opção para você.
Eu fiquei hospedada no Hotel O’Tai (http://www.hotelotai.com), que fica próximo
ao centrinho comercial de Hanga Roa, da Igreja e da Feira de artesanato. Como
eu comprei um pacote num site de compra coletiva, não sei dizer exatamente, o
custo. Não tive reclamações, o quarto que eu fiquei era bom, tinha uma sacada,
o banheiro também era ótimo. Com wifi e ar condicionado cobrados à parte (tudo
é cobrado à parte). O hotel era grandinho, tinha um local de encontro com
cadeiras e poltronas dispostas em toda sua extensão, além de uma piscina. Além
de ter um a réplica de um Moai em sua frente. E, quando eu fui (adivinhem só!),
tinha um gatinho para me recepcionar toda vez que chegava dos passeios. Super
dócil, teve um dia que quis dormir no quarto comigo (mas fiquei com medo dele
ficar desesperado para sair e acabei não deixando). Ponto para o hotel amigo
dos felinos! =^.^=
Gatinho e eu, frente do hotel e piscina |
Como eu já disse, tudo na Ilha é caro, principalmente a
comida. Por isso, optava por fazer lanches rápidos quando as refeições não
estavam inclusas nos passeios. Mas, se você tiver disposto a pagar um pouco
mais para conhecer a culinária típica da Ilha (basicamente de peixes e frutos
do mar, foi onde eu aprendi a comer ceviche e camarão) dou duas sugestões de
restaurantes que eu fui e gostei.
* Kuki Varua (http://www.kuki-varua.cl):
Fica em Hanga Roa, provavelmente dá para você ir a pé dependendo do lugar
onde você estiver hospedado. Tem um clima agradabilíssimo, parece um píer
e fica à beira mar, com uma vista espetacular para moais e o azul
cristalino daquele oceano. Fora isto, a comida é incrível. Lá é um dos
poucos lugares que aceitava cartão quando fui. Não é caríssimo, mas também
não é barato.
Camarão + Pisco Sour + Vista para o Mar |
* Ballet Kari Kari (tentei
acessar o site, mas não estava funcionando): Este não é um simples
restaurante, é um show inteiro. Conta com uma van que te leva e traz de
volta ao hotel em que você está hospedado. Você chega lá já entrando no
clima: pintam o seu rosto, te dão uma bebidinha e você pode tirar foto com
o pessoal de trajes típicos Rapa Nui. Depois que todos chegam, é realizada
uma cerimônia ao ar livre em que a comida que estava já sendo preparada é
retirada do solo (sim, você leu direito). Calma, tudo é feito
higienicamente, e não há nenhum olho de cabra para comer. Tudo isto para
remeter à antiga cultura Rapa Nui. Depois de retirada a comida, ela é
servida à vontade num salão para onde todos são levados. Após a refeição,
as pessoas são levadas a um teatro em que há apresentação de músicas e
danças típicas Rapa Nui. Sinceramente eu acho que vale a experiência. A procura é
grande, então eu recomendo fazer reserva com antecedência (converse na
recepção do seu hotel).
Comida sendo preparada, sobremesa (lógico), comida sendo desenterrada, eu pagando mico |
No próximo post vou falar sobre o que fazer na misteriosa Ilha de Páscoa! ;)
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