Pois bem, agora que você já sabe como chegar até a Ilha, onde ficar e onde comer, fica a dúvida: o que tem pra fazer lá?
Mapa das atrações da Ilha |
Bom, com certeza se você está pesquisando sobre a Ilha de
Páscoa e quer ir para lá, provavelmente seu maior interesse é ver nada mais, nada menos,
do que autênticos Moais, cartão postal Rapa Nui típico. Te garanto, você não
vai ficar decepcionado! É o que mais se avista por lá, a ponto de (sim) enjoar.
Não é um Moai de verdade, é uma réplica! |
Mas o que são os tais Moais? São estátuas esculpidas em
pedras vulcânicas da Ilha, de alturas variadas, conhecidas por serem cabeçudinhas
e com tronco pequeno. As lendas que os circundam vão desde como eram produzidos
até como eram transportados. Você encontra teorias espirituais e até
extraterrestres sobre eles. A mais aceita é a que eles eram esculpidos na
própria pedra e depois transportados por troncos de árvores existentes na Ilha
(o que é reforçado pelo pequeno número de árvores atualmente nela encontrados).
Creio que sua produção se assemelhe a algo parecido com a construção, a grosso
modo, das Pirâmides do Egito.
E para que serviam esses Moais? Crê-se que eram
representações de líderes mortos e funcionavam como elementos de proteção das
Tribos Rapa Nui, tanto que a grande maioria tem as costas voltadas para o
Oceano e os olhos para a terra, pois acreditava-se que deles se emanava energia
para seu povo. Por isso, você perceberá que hoje nenhum dos Moais conta mais
com seus olhos originais, pois durantes as guerras entre as Tribos eles eram
destruídos. O único exemplar original de olho de Moai é encontrado no Museo
Antropologico Sebastián Englert, no qual também está o único Moai Feminino.
Como se irá perceber a maioria das atrações da Ilha se
resume a Moais e seus Ahus, que são as plataformas em que estes ficam
enfileirados horizontalmente, sendo antigos altares de adoração.
#Dica da Fefa: Em nenhuma hipótese suba num Ahu ou toque um
Moai. Os nativos da Ilha levam muito a sério a conservação de sua história e
patrimônio. Então você nem imagina o escândalo que eles fazem quando alguém só
ameaça chegar perto (claro que sempre tem turista engraçadinho tentando).
Então, não desrespeite a cultura e as tradições Rapa Nui, afinal, você está na
casa deles.
Cuidado! Você pode ser multado e banido da Ilha! |
#Dica da Fefa2: Assim como eu já disse quando falei sobre o
Atacama, acredito que aqui seja um local que não tem a menor graça de se fazer
sem um guia, embora seja possível alugar um carro, uma bicicleta ou até mesmo
um cavalo e fazer as atrações por conta. Pesquisando recentemente sobre isso,
vi que as recomendações são para que, caso você opte por fazer os passeios por
uma agência de turismo, faça reservas com antecedência. Como eu disse
anteriormente, fui para a Ilha por um pacote de compra coletiva, mas gostei da
agência que efetuou os tours: Kia-Koe Tour (www.kiakoetour.cl), que além das excursões regulares, conta
com diversos serviços, como aluguel de carros, cavalos e transfers, entre
outros.
Bom, então vamos falar um pouco sobre o que há para se fazer
na Ilha.
* Museo Antropologico
Sebastián Englert: fundado pelo sacerdote que deu nome ao museu, tem uma
coleção de objetos da cultura Rapa Nui, inclusive o único Moai Feminino e
um olho de Moai original (os que você encontra na Ilha são pintados), na
minha opinião, as únicas coisas que valem a pena ver no museu.
Moai Feminino, Escultura na entrada no Museu e Olho de Moai original |
* Igreja Santa Cruz: Eu tive
a sorte de chegar na Ilha em pleno domingo, dia em que há a missa na
Igreja de Hanga Roa rezada em Rapa Nui. Independentemente de religião, é
algo muito interessante para se ver.
* Rano Raraku: Este lugar,
que é um vulcão, é conhecido como fábrica de Moais, pois era onde eles
eram esculpidos, e podem se observar diversos pelo caminho, inacabados ou
acabados e não transportados. Alguns, sequer chegaram a ser levantados
(existe um Moai imenso que ainda está encravado e deitado). Se você veio
para ver Moais, com certeza, este é o lugar.
Uma verdadeira fábrica de Moais |
*Ahu Tongakiri: É o maior
Ahu da Ilha e conta com quinze Moais, além de ser uma das paisagens mais
bonitas da Ilha (se é que é possível escolher uma). É possível avistá-lo
do alto por Rano Raraku e por baixo, chegando próximo (mas não toque,
lembre-se!). Dizem que é um dos melhores locais da Ilha para se assistir
ao nascer do sol, mas infelizmente não tive essa oportunidade. Este Ahu
foi restaurado recentemente pois foi derrubado por um tsunami em 1960.
Entrada do Ahu, diferença de tamanho entre o Moai e eu, Ahu visto de cima (de Rano Raraku) e de baixo com o grande Moai deitado ao seus pés |
* Ahu Akivi: Este é o único
Ahu em que os seus sete Moais estão com os olhos voltados para o Oceano,
apesar de curiosamente se encontrar no interior da Ilha. Ao lado existe
uma caverna pela qual é possível se passar. Sinceramente, este é meu Ahu
preferido, foi o que mais me tocou, o que eu mais gostei de observar e o
que mais me intrigou, embora não saiba dizer porquê.
* Ahu Vinapu: Praticamente
sem Moais, o que observa é que as construções lá remanescentes lembram em
muito as construções Incas perfeitamente encaixadas de Cusco e Machu
Picchu (cidades sobre as quais falarei em breve). No dia que eu fui tinha
vacas selvagens pastando.
* Orongo: É uma aldeia
cerimonial onde ocorria o ritual do Homem Pássaro efetuado para escolher o
próximo líder da Ilha (Tangata Manu). Ganhava o título por um ano aquele
que trouxesse um ovo de Manutara (uma andorinha marinha) sem quebrar de
uma das pequenas ilhas em frente à de Páscoa. Nela se encontram habitações
nativas e petroglifos. Orongo se localiza no vulcão Rano Kau e por ela é
possível fazer trilhas até sua cratera.
Entrada do centro de visitantes, vista para o mar das pequenas ilhas, construção de várias habitações, entrada de uma das habitações |
* Vulcão Rano Kau: Este foi
o primeiro vulcão com que tive contato na vida e é inativo. Se você busca
um vulcão típico, este será um pouco decepcionante. É coberto por
vegetação e tem pequenas poças de água espalhadas pela sua cratera. Ainda
que não seja o que se pode esperar de um vulcão, tem um visual belíssimo.
Vulcão ou um campo cheio de poças d'água? |
* Praia de Anakena: Ilha,
mar, sol... Praia, certo? Não na Ilha de Páscoa. A Ilha tem formação
predominantemente rochosa o que faz com que não existam praias como nós
brasileiros estamos acostumados. A única existente é a Praia de Anakena,
na qual dizem que o mar é quente (eu não achei), coqueiros e uma certa
infraestrutura e um visual caribenho de águas azuis e cristalinas. Afora a
parte da praia, o local conta com o Ahu Nau-Nau, cujos Moais mantiveram intactos
os seus Pukaos (é aquele “chapeuzinho” que alguns possuem) e a parte
posterior tem petroglifos de lagarto.
* Ahu Tahai: Este Ahu fica
próximo ao centro de Hanga Roa então, se você ficar hospedado lá é fácil
ir a pé e por conta própria. Dizem que é o melhor lugar para se ver o pôr
do sol na Ilha. Eu concordo. O pôr do sol aqui é belíssimo (mas perde para
o de Oía, Santorini e do Valle da la Luna, Atacama, na minha singela
opinião). É um espetáculo à parte na Ilha.
* Caverna Ana Kai Tangata:
Confesso. Sou uma criança de apartamento. Ir pra Ilha de Páscoa significou
lidar com vários medos meus. Um deles, o de cavernas (vai que tem morcegos
ou qualquer outro bicho lá dentro?). Mas uma vez chegando nesta caverna,
formada pela lava de erupções vulcânicas, tudo se tornou relativo. A visão
é espetacular, com o azul do mar e as ondas batendo nas rochas. Em seu
teto há diversas figuras pintadas. Conselho de uma medrosa: vale o
passeio! ;)
Vista de dentro da caverna, vista de fora da caverna |
* Pedra Te Pito Kura: É uma
pedra grande e oval que dizem ser o “Umbigo do Mundo” (embora os Incas
tenham escolhido Cusco para tal título, mas aí, acho que esta discordância
entra em mais uma daquelas tantas existentes entre chilenos e peruanos). É
um campo magnético, e as pessoas costumam aproximar bússolas para ver sua
agulha girar sem parar. Acredita-se que esta pedra tenha poderes curativos
e as pessoas costumam encostar as mãos (sim, aqui pode, mas não exagere,
subindo em cima da pedra) e fazer pedidos. Eu fiz o meu, acho que não
custa!
* Puna Pau: É um centro
vulcânico onde se talhavam os pukaos dos moais, conhecidos como aqueles
chapeuzinhos que ficam em suas cabeças. Na realidade, discute-se até hoje
qual o significado destes pukaos, se eram realmente chapéus, ou se eram os
penteados utilizados pelas tribos ou até mesmo turbantes. Lá você pode
observar vinte pukaos de grandes dimensões que ficaram lá para ser
transportados. Ainda, pode-se observar a cratera onde eram talhados os
pukaos, além de haver um mirador em que é possível observar grande parte
da extensão da Ilha.
Um pukao, local onde os pukaos eram entalhados, vários pukaos e vista da extensão da Ilha |
* Ahu Akahanga:
Diferentemente dos ahus descritos anteriormente, os moais aqui estão
caídos ou deitados. É um sítio arqueológico no qual não houve restauração,
por isso é possível observar os moais em seu “estado natural”. Ainda, há
algumas cavernas no entorno e uma feirinha de artesanato com Rapa Nui típicos
e simpáticos.
Eu com um típico Rapa Nui (lá não se diz "xis" para tirar foto, se diz "moai"), um Moai tombado e vista do mar |
* Ana Te Pahu: Mais uma
caverna que pode ser explorada na Ilha. Passei rapidamente por ela, é bem
escura, portanto, leve lanterna (eu usei a do celular mesmo). Era
utilizada como refugio pelas tribos Rapa Nui.
É tudo muito escuro, mas dá para ter uma noção de como é! ;) |
* Caleta Hanga Roa o Tai: É
uma das encostas da Ilha que dá para o Oceano e que fica em Hanga Roa. Foi
o meu primeiro contato com o mar na Ilha e é de lá que saem embarcações
para a prática de mergulho (bem difundida aqui). Você ainda pode observar um
Moai solitário.
** Encerro por aqui as minhas dicas de viagem em território chileno (pelo menos por enquanto)! Tem alguma sugestão do próximo destino? Fique à vontade para dar sua opinião! ;) **